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Variação Diatópica

Continuando a falar sobre a variação Diatópica (variação geográfica) venho mostrar e falar um pouca mais sobre esse tipo de variação. Morei a aproximadamente 1 ano em maceió alagoas e lá percebi um grande numero de palavras de significados totalmente diferente do nosso falar carioca primeiro entenderemos um pouco mais sobre :

Variação Diatópica - É o que neste trabalho iremos abordar.
Mas o que seria a variação diatópica? Na verdade trata-se de uma diversidade lingüística regional ou geográfica, apresentadas por pessoas de diferentes regiões que falam a mesma língua. As variações diatópica são responsáveis pelos regionalismos ou falares locais. Esses falares representam os costumes e a cultura de cada região.
A título de exemplificação, podemos citar as diferenças do português falado no Brasil para o português falado em Portugal.
Telemóvel – Portugal

Celular – Brasil

Estas são as designações utilizadas pelos falantes dos dois países para representar um aparelho de comunicação cuja designação técnica é Telefone Celular.
No Brasil, falantes do Sudeste do país usam variantes distintas dos falantes da região Sul.
Bergamota ou Vergamota – Florianópolis e região sul em geral
Mexerica – Minas Gerais
Os dois termos designam a mesma coisa, uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado, conhecida como tangerina.
Estas diferenças normalmente são encontradas no campo lexical e fonético e toda esta variação (no Brasil) é decorrente das influências que cada região sofreu durante o processo de colonização do país, adicionados as importações lexicais de outras línguas.
Aqui segue alguns exemplo dos variantes:

FEXOSO/FECHOSO(AL): Pessoa que é bonita, linda seja nas vestimentas ou na beleza.
TABACUDO(PE): Pessoa que não tem entendimento
BARROADA(PI): Atropelamento.
MARMITEX(SP): Quentinha
MINA(RJ): Namorada
MACAXEIRA(PI): Aipim

Embora todos sejamos falantes da mesma língua, cada região do nosso país possui característica próprias que resultam em sua cultura e apresentam diversidades: variantes lexicais nos falares brasileiros. Sendo assim, uma palavra pode ser usada de diversos modos, assim como possui conotação diferentes, dependendo da região em que ela está sendo utilizada.
Olá! Aqui estamos nós novamente para tratar de um assunto bem interressante dentro da sociolingüistica.

A variação lingüística
Todas as línguas do mundo são sempre continuação históricas.Em outras palavras, as gerações sucessivas de indivíduos legam a seus descendentes o domínio de uma língua particular. As mudanças temporais são parte da história das línguas. Dois exemplos de mudanças histórica no português são ilustrativos:
a) no português arcaico (entre os sec.XII e XVI), ocorriam construções impessoais em que a indeterminação do sujeito era indicada pelo pronome "se". por exemplo: "E pode homem hyr de Santarem a Beia [Beja] em quatro dias", em que corresponde, modernamente,a "E pode-se ir de Santarém a Beja em quatro dias".

b) a forma de tratamento "Vossa Senhoria" é atestada nos meados do sec.XV como expressão reservada ao rei. Já no final do século XVI, esta perde seu estatuto de realeza, sendo empregada no trato com arcebispos, bispos, duques, marqueses,condes, além de uma gama de altos funcionários (como, por exemplo, vice -rei ou governador da Índia ).No plano sincrônico, as variações observadas nas línguas são relacionáveis a fotaros diversos: dentro de uma mesma comunidade de fala, pessoas de origem geográfica, de idad, de sexo diferentes falam distintamente. É bom frisar que não existe nenhuma relação de casualidade entre o fato de nascer em uma determinada região, ser de uma classe social determinada etc., e falar de uma certa maneira.Os falantes adquirem as variedades lingüísticas próprias a sua região, a sua classe social etc.De uma perspctiva geral, podemos descrever as variedades lingüísticas a partir de dois parâmetros básicos: variação geográfica (ou diatópica) e a variação social (ou diastrática).
Falaremos mais nas proximas postagem sobre esse fenômeno lingüístico e muito interressante de ser estudado deixe seus comentários e suas idéias.
O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Bélem-Brasilia rumo a Porto Nacional. Era abril, mês das derradeiras chuvas.No céu, uma lua enorme pra namorado nenhum botar defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante amargurada.O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento,precocemente envelhecido,a crua recordação de um episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era para mim que o pano de fundo de um drama stúpido e trágico.As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêrneas, ratardatários.Entre eles uma criança crescida, quase um rapaz.
_Por que você faltou esses dias todos?
_É que nóis mudemos onti, fessora. Nóis veio da fazenda.Risadinha da turma.
_Não se diz "nóis mudemos"menino! A gente deve dizer: nós mudamos, ta?
_ta fessora!No recreio, as chacatos dos colegas:Oi, nóis mudemos! Até amanhã nóis mudemos!No dia seguinte,a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações.
_Pai, num vô mais pra escola!
_Oxente! Módi de quê!Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:_Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa ! Não liga pras gozações da meninada! Logo eles esquece.Não esqueceram.Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classse e soube que se chamava Lúcio _Lúcio Rodrigues Barbosa . Achei o endereço. Longe um dos últimos casebres do bairro.Fuí lá, uma tarde.O rapazola tinha partido no dia anterior para a casa do tio, no sul do Pará.
_É fessora, meu fio num aguentô as gozação da meninada. Eu tentei fazê ele continuá, mas não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia de tê ficado na fazenda coa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado. Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi.O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos da minha parte. Uma tarde, povoado à bira da Belém-Brasilia, eu ia pegar o ônibus, quando alguém me chamou.Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia._O que é moço?_A sinhora num lembra de mim, fessora?Reconstituí num momento meus longos anos de sacerdócio, digo, de magistério.Tudo escuro._Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde? Foi meu aluno? Como se chama?Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:?
_Eu sou "nóis mudemos", lembra?Comei a tremer_ Sim, moço. Agora me lembro. Como era mesmo o seu nome?_ Lúcio, _ Lúcio Rodrigues barbosa._O que aconteceu com você?
-O que aconteceu ?Ah! fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu.Comi o pão que o diabo amassô. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui bóia fria, um "gato "me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. lá trabalhei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanto é doença. Até na cadeia já fui pará.Nóis ignorantes ás veis fais coisa sem querê fazê.A escola fais uma farta danada. Eu não devia de tê saído dauqele jeito, fessora, mas não aguentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui falá direito. Ainda hoje num sei.
-Meu DEUS! Aquela revelação me virou pelo avesso. FOI demais para mim. Descontroloada, comecei a soluçar convulsivamente. Como eu poderia ter sido tão burra e má? E abracei o rapaz, que me olhava atarantado.O ônibus buzinou com insistência.O rapaz afastou-me de si suavemente.
-Chora nau fessora! A senhora nau tem culpa.
-Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!Pensei na minha sala de aula, eu ara uma assassina a caminho da guilhotina. Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, Tu mudas, Ele muda, Nós mudamos , mudamos, mudamoos, mudamooos... Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna
- A língua que a criança apradeu com seus pais e irmãos e colegas , e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas astúpidas para aquela idade."Não é assim que se diz, menino !" Co mo se o professor quisesse dizer: "Você está errado ! Os seus pais estão errados! Seus irmãos e vizinhos estão errados! a certa sou eu! Imita-me! fale como eu ! Renegue suas raízes. E siga desarmado para o matadouro da vida ...